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Entabulação marítima
poèmes [ Urban ]
Elegia de uma obra histórica

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par [MarceloPortuaria ]

2009-10-04  | [Ce texte devrait être lu en portugues]    | 



http://deutsch.agonia.netEntabulação marítima


É tarde,
me sento sobre as raízes de uma amendoeira no litoral de mim mesmo,
vejo a enseada apontando o movimento do tempo inchado pelas vontades.
Quem às teve?
Puderam às ter?
O suborno que a vida em sociedade obriga-nos a sustentar,
as manchas do sangue de nossos ancestrais lançando à baila imagens,
encharcadas nos fins políticos de todas as nossas observações intencionadas,
e ainda sim,
calamos.
Sobre a areia branca de um singular sentimento me indago:
Qual a dívida federativa dessa nação com países africanos?
As ondas me trazem uma concha rosada,
e logo um rádio ao longe atenta uma batucada,
comem ao meu lado fartamente e fumam o alívio das gerações.
De certo,
milhas á dentro em mar extra-territorial o espírito de liberdade,
pensa sobranceiro na imaginação globalizada que veículos empregam,
em qualquer fronteira para o gozo de alguns privilegiados.
Tenho tempo,
a água potável me alivia o calor,
meus pés hidratados que se familiarizam com as areias da praia,
procuram o conforto e deveras um tesouro esquecido nessa terra que riquezas pousou,
e aí?
O que se há de engenharia humana e social?
Alguns fatores me reportam,
mexo nos cabelos esperando uma resposta pronta,
ali agora que uma mulher com um menino de colo me pedem um trocado.
Essa esmola é divida minha,
eu que li a geopolítica e a sociologia,
apliquei o direito mecanicamente e afoito,
e onde vai a expectativa de minha boa vontade?
Permaneço ali,
uma embarcação com bandeira da África do Sul se aproxima buscando o porto de Paraty,
enormes contâiners trazem na linhagem de seus operadores navais a superação e a vitória,
os quero-queros gorjeiam asperamente em direção às palmeira enquanto matilhas de cães,
uniformizadas por fantasmas de corsários vagueiam pelas pedras cansadas do tempo rua a rua,
chegam os heróis descendentes do levante de Soweto,
mas nem tão livres,
pois o mercado,
aprisiona-os.
Em terra,
procuram matar a sede,
extorquem o sexo com adulações e recostam as negras testas no mármore do chafariz antigo,
beijam os copos com violência e acendem o cigarro com euforia.
Eis ali um único mundo,
apenas um povo golpeado pelos mesmo costumes,
portando os parentes objetos de uma só realidade que se vê em outro país,
é a escolha,
o destino,
a vida.
Pareço com um personagem solitário que tem a missão de ser vigilante,
desconhecendo a mim mesmo e a herança que comigo carrego,
o caís leva a todos à igreja que lá permanece a bons anos,
e eu observo a todos conhecendo ânsias e desejos,
experimentando bebidas e dores.
De repente quero ter aquela negra pele,
talvez também ir lá beber aquela água sem saber,
desembarcar meus sonhos nos caminhões basculantes,
e pedir que me expliquem quando Luis Pedreira eregiu tal monumento,
ou o que Mandela fazia durante tanto tempo na Ilha Roben na delação da injustiça,
como queria.
Mas as tardes passam,
e as vagas apenas deixam saudade e sal,
descubro que o sul africano nos vende seu trabalho digno,
e nos consumimos sua história de martírio e resistência no passado e no hoje.
Quando a escuridão da noite me perde o horizonte,
deixo essa raiz para que outro mulato brasileiro como eu,
atente as correntes marítimas em qualquer sentimento de alívio,
ou de amargura.

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